Fabricantes brasileiros de papéis para fins sanitários — que incluem papel higiênico, papel toalha, guardanapos e lenços — alertam para alta de custos de dois dígitos nos insumos necessários para a produção desses itens. A indústria também se queixa da resistência das grandes redes de supermercados em aceitar reajustes de preços dos produtos, de forma a compensar a alta de custos do setor. A associação que representa os fabricantes descarta desabastecimento para os consumidores finais, mas teme que o desequilíbrio financeiro gerado por esse descasamento entre custos aos produtores e preços aos compradores resulte em falência e aquisições de pequenas empresas, levando a uma maior concentração do setor, o que seria prejudicial ao mercado como um todo. Segundo a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), os principais insumos utilizados na produção do papel higiênico e outros papéis sanitários tiveram forte alta de preços este ano: celulose, aparas de papel brancas e marrons, embalagens plásticas e de papelão, energia elétrica e GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), utilizado na secagem do papel. “Muitas matérias-primas, a começar pela celulose, são indexadas ao dólar, e a nossa moeda foi uma das que mais se desvalorizou durante esse ano, acima dos 20%. Só isso já é um impacto enorme”, diz João Carlos Basilio (foto), presidente-executivo da Abihpec.