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Arrecadação cai e deve piorar

Paulo César de Oliveira
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A presidente Dilma até que tenta manter uma agenda positiva. Mas os números insistem em chamá-la de volta à realidade. Foi o que aconteceu ontem (18), com o anúncio dos números da arrecadação do governo federal no mês de julho. A receita caiu pelo quarto mês consecutivo, contaminada pela crise política e econômica brasileira. O resultado foi 3,13% a menos do que o mesmo período do ano passado e é a pior arrecadação para o mês de julho dos últimos cinco anos. O governo arrecadou R$ 104,868 bilhões de impostos e contribuições. De janeiro a julho o valor chega a R$ 712,076 bilhões, uma redução de 2,91%. O pior resultado para o período desde 2010. A justificativa para esse desempenho foi o de que a retração em quase todos os tributos acabou afetando as contas. Só a contribuição previdenciária sofreu uma queda de 5,55%, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, menos 13,41% e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica menos 10,76%. O governo também deixou de arrecadar R$ 7,748 bilhões devido a descontos de impostos.

 

Auditores fiscais cruzam os braços e ajudam na queda

Para piorar ainda mais o quadro para o governo, hoje (19) os auditores fiscais da Receita Federal entram em greve. A tensão entre servidores e governo aumentou com a exclusão da categoria da PEC que estabelece que o nível mais alto dessas carreiras chegue a 90,25% do subsídio mensal dos ministros dão Supremo Tribunal Federal. Sentindo-se desprestigiados, muitos delegados regionais e os detentores de cargo de chefia decidiram devolver seus postos. Como o governo federal não publicou as exonerações, o Sindifisco nacional decidiu entrar com uma “ação de ‘obrigação de fazer’ com pedido de tutela antecipada, para garantir judicialmente que não haja retaliação por parte da Administração em função do exercício do direito dos Auditores de entregarem as funções de chefia”. Agora, os servidores decidiram cruzar os braços. O sindicato alega que o governo não apresentou nenhuma proposta concreta e com isso só há um caminho: o acirramento da mobilização. Ontem (18), os servidores participaram de um protesto em todo o país, no “Dia Nacional sem Computador”, que na prática significa que ninguém acessou os sistemas da Receita Federal.

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