O Brasil assiste hoje a um debate tributário da mesma forma que há três anos o tema da Previdência era tratado como tabu, avaliou ontem o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, sinalizando que a aprovação de uma ampla reforma tributária não deverá ser rápida. Falando em evento promovido pela XP na capital paulista, Mansueto (foto) justificou que sua certeza deriva da complexidade do sistema tributário. Para ele, o volume de Imposto de Renda pago no país depende não da renda, mas do contrato de trabalho, problema que ele disse ser necessário encarar de frente. Para exemplificar seu ponto de vista, o secretário apontou que um consultor que trabalha como pessoa jurídica no regime de lucro presumido paga 14,5% de IR ganhando um salário de 500 mil reais ao mês. Um funcionário que recebe 20 mil reais, por sua vez, arca com alíquota máxima de 27,5%. “Essas coisas a gente tem que discutir de forma adulta e consertar”, Apesar das ponderações, Mansueto disse acreditar que o país vai “avançar muita coisa” na reforma tributária. “Aquele mesmo debate que a gente teve três anos atrás de Previdência a gente vê hoje em tributário”, ponderou.