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Banco dos Bancos Centrais quer aumento dos juros no mundo

Paulo César de Oliveira
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Os principais Bancos Centrais devem avançar com o aumento das taxas de juros, afirmou o Banco de Compensações Internacionais (BIS), ao mesmo tempo em que reconheceu que algumas turbulências nos mercados financeiros terão de ser negociadas ao longo do caminho. O BIS, órgão guarda-chuva dos principais bancos centrais, disse, em um dos seus relatórios anuais mais otimistas em anos, que o crescimento global poderá em breve voltar a níveis médios de longo prazo depois de uma forte melhora do sentimento ao longo do último ano. Embora bolsões de risco permaneçam por conta de altos níveis de endividamento, do baixo crescimento da produtividade e da diminuição do poder de fogo das políticas, o BIS afirmou que os formuladores de políticas devem aproveitar a melhoria das perspectivas econômicas e seu efeito surpreendentemente negligenciável sobre a inflação para acelerar o fim de programas de flexibilização quantitativa e dos juros baixos em nível recorde.

 

Hora de iniciar processo de normalização

Novas tecnologias e práticas de trabalho provavelmente desempenharão um papel na supressão da inflação, afirmou o BIS, embora impulsos normais devam ser iniciados se o desemprego continuar a cair. “Uma vez que estamos emergindo de um período muito longo de política monetária muito acomodatícia, seja lá o que fizermos, teremos de fazê-lo de forma muito cuidadosa”, disse o chefe de pesquisa do BIS, Hyun Song Shin (foto).”Mesmo que haja alguns choques de curto prazo na estrada, seria muito mais aconselhável manter o curso e começar esse processo de normalização”, afirmou. Shin acrescentou que será “muito difícil, se não impossível”, remover todos esses solavancos. A boa comunicação dos bancos centrais será importante, mas ainda mais crucial será a necessidade de os bancos serem fortes o suficiente para lidar com qualquer turbulência. O BIS identificou quatro riscos principais para as perspectivas globais no médio prazo: uma súbita irrupção de inflação que force as taxas de juros para cima e prejudique o crescimento, o estresse financeiro vinculado à fase de contração dos ciclos financeiros, um aumento do protecionismo e um consumo mais fraco não compensado por investimentos mais fortes. O primeiro parece improvável pelo menos no momento, com Shin dizendo que o BIS, como muitos, ficou surpreso com o fato de a inflação e o crescimento dos salários terem permanecido tão subjugados enquanto o crescimento nas principais economias se recuperou.

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