O comando do Banco Central com Gabriel Galipolo (foto/reprodução internet), nome indicado pelo presidente Lula, não muda a realidade dos números da economia: a inflação deve estourar a meta no primeiro teste do novo sistema de avaliação contínua na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira. Atualmente, a meta é de 3,0%, com margem de tolerância de 1,5% a 4,5%. Na semana passada, o Copom elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano na reunião da semana passada.
Na ata da última reunião, os membros do Comitê repetiram a sinalização de novo aumento de 1 ponto percentual no próximo encontro, em março, quando os juros devem chegar a 14,25%, maior patamar desde outubro de 2016. Além disso, o BC manteve em aberto os planos para os encontros subsequentes, de maio em diante.
Na análise de inflação de curto prazo, o BC destacou o “aumento significativo” dos preços de alimentos, em função da estiagem e do ciclo do boi, e afirmou que essa alta tende a se propagar no médio prazo. Além disso, considerou que o aumento do dólar pressiona margens e preços de bens industrializados, o que sugere elevação desses itens nos próximos meses. Além disso, reforçou que a inflação de serviços, que tende a ser mais resistente, está acima do nível compatível com a meta e ainda acelerou nas divulgações recentes.