O mercado brasileiro aguarda com apreensão o relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para quinta-feira. A expectativa de um bloqueio de R$ 10 bilhões já seria o mínimo aceitável; abaixo disso, cresce a desconfiança fiscal. Mas mesmo esse corte não bastaria: seriam necessários R$ 15 bilhões para cumprir a meta mínima do arcabouço. A conta não fecha — e o cenário político piora o quadro. O escândalo do INSS, com mais de 1,5 milhão de pedidos de reembolso, empurra o governo para o olho de uma CPMI e paralisa o Congresso. O risco agora é o Planalto buscar soluções populistas e insustentáveis. Há espaço para valorização no médio prazo, mas sem uma âncora fiscal sólida, o otimismo só se sustentará com sangue-frio e prudência.