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Brasil vive crises recorrentes

Paulo César de Oliveira
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O secretário da Fazenda do governo de São Paulo, Henrique Meirelles (foto), apresentou na live do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, “ Economia, e agora?” uma análise da situação do Brasil. Segundo ele, o país tem vivido historicamente crises recorrentes, ocasionadas, desde o século passado, pela dívida pública. Na década de 1980, com a hiperinflação, o país passou por sua crise mais longa da sua história fiscal. Com o Plano Real, o país cresceu bastante, mas voltou a ter uma trajetória declinante no início do ano 2000. O problema do país, que vem se repetindo, é centrado em três áreas, segundo Meirelles: a inflação, a falta de reservas e a questão fiscal. Em 2003, no governo Lula, quando estava à frente do Banco Central, o país enfrentou a inflação e o câmbio, mas a questão fiscal não. O resultado é que o país continuou com a sua dívida pública crescendo e as despesas públicas crescendo. Isso levou o país a uma forte crise em 2015 e 2016, a maior recessão até aquele momento. A crise foi enfrentada, já com ele atuando novamente no governo, mas no Ministério da Economia, no governo Temer, quando foi enfrentada a área fiscal com a reforma trabalhista e depois com a apresentação da reforma da Previdência. O déficit caiu, mas voltou a crescer em 2018 e em 2019 cresceu ainda mais e com a pandemia da Covid-19, o aumento foi brutal. Apesar dessa situação, em São Paulo o ano deve fechar com uma queda no PIB de 2,5%, contra 4,5% do Brasil e em 2021 a previsão para o estado é bem mais otimista. O estado, segundo ele, tem feito o dever de casa e buscado investidores internacionais. Os atritos políticos envolvendo o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro, segundo ele, não interferem na dinâmica da economia do estado. Isso porque, segundo ele, na federação brasileira, nós temos as funções do governo federal e dos estados. Os estados têm seu próprio orçamento, seus próprios impostos e na medida em que não se foca só nas divergências políticas, mas com foco no trabalho, o que ocorre é que as funções básicas como serviço de segurança, educação, são desenvolvidas com autonomia. Alguns estados, no entanto, têm déficits importantes e esses estados estão dependentes do governo federal e esse não é o caso de São Paulo. “Essas divergências não impedem que o estado continue exercendo as suas funções. Isso é normal”. A disputa política fica no campo político, segundo Meirelles.

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