O projeto de recuperação fiscal ainda nem chegou à Assembleia Legislativa e já causa barulho. Entre as exigências do governo federal para ajudar o estado consta a privatização da Cemig, da Codemig e da Copasa. A Cemig, por exemplo, virou alvo de resistência no governo de Itamar Franco. Ele chegou a destituir os sócios estrangeiros da estatal e provocou o então presidente Fernando Henrique Cardoso dizendo que só privatizaria a Cemig se o governo federal usasse tropas federais. Convencer os deputados da necessidade de se desfazer de um patrimônio criado há 60 anos por Juscelino Kubitschek não será uma tarefa fácil.
Documento do tesouro
No documento do Tesouro Nacional, divulgado ontem pelo governo de Minas, a conclusão é a de que “o Estado enfrenta uma severa crise nas contas públicas. O documento evidencia a necessidade de adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) proposto pela União”. Além das privatizações, o governo federal alerta para a situação da folha de pagamento de pessoal. “De acordo com os números apurados pelo Tesouro Nacional, a relação da despesa de pessoal com a RCL saiu de 68% em 2014 para 79% em 2017, resultando um aumento de quase R$ 13 bilhões no gasto em apenas 4 anos”. O congelamento dos salários é outra exigência da União para fazer o ajuste fiscal.