O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a se encontrar ontem, em reunião que pode marcar a 12ª alta consecutiva da Selic. A taxa básica de juros subiu de 2% para 13,25% desde março de 2021. Para a decisão desta quarta-feira, a expectativa do mercado é de mais um ajuste de 0,50 ponto percentual, que, se confirmado levará a Selic para 13,75%. O consenso do mercado, segundo Boletim Focus é de que o Copom encerre o ciclo de alta da Selic nesta semana, mantendo os 13,75% até o próximo ano – quando o maior controle da inflação abriria caminho para o Banco Central começar a cortar juros. Mas a crescente crença do mercado é a de que a Selic terá que subir ainda mais.
Deflação atípica
Pelo último Boletim Focus, a mediana esperada pelo mercado financeiro para os preços administrados no ano caiu pela 10ª semana seguida, e passou a indicar deflação de 0,75% – ante alta de 0,01% na semana anterior. A queda livre, iniciada do pico projetado de 8,06%, está diretamente relacionada à ofensiva do governo federal para baixar os preços de combustíveis e energia às vésperas da eleição. A deflação nos preços de bens e serviços administrados é atípica porque esse grupo reúne muitos produtos e serviços que costumam ter os reajustes anuais indexados à inflação do ano anterior, como planos de saúde, tarifas de energia e medicamentos. O governo zerou impostos federais sobre os combustíveis e patrocinou o Projeto de Lei Complementar (PLP) 18 para limitar a alíquota de ICMS, um tributo estadual, entre 17% e 18% sobre itens como combustíveis e energia elétrica. (Foto reprodução internet)