A proliferação de CDBs de bancos médios e pequenos, oferecendo alta rentabilidade com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), acende um sinal de alerta para grandes instituições e o Banco Central. Especialistas apontam que a segurança do FGC tem sido usada como estratégia de venda por plataformas de investimento, incentivando o público a adquirir produtos arriscados sem avaliar os possíveis impactos sistêmicos. Para frear essa prática, o Banco Central implementou, em julho, sua terceira regulamentação desde 2021, visando limitar a emissão de CDBs com rentabilidade muito superior ao CDI padrão, alcançando até 140% desse índice, enquanto bancos maiores permanecem na faixa de 100%.
Essa medida surge após uma explosão dessas captações, que vêm atraindo atenção do governo, sobretudo porque o Congresso considera aumentar o limite de cobertura do FGC. O professor Rafael Schiozer(foto/reprodução internet), da FGV, alerta para o chamado “risco moral”: a garantia do FGC leva depositantes a negligenciar o risco da instituição emissora, transferindo a responsabilidade para o sistema financeiro. Essa dinâmica, segundo Schiozer, pode gerar uma falta de responsabilidade no uso dos recursos captados, prejudicando a estabilidade do mercado.