Durante todo o ano, o mercado aguardou que os cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos atraíssem investimentos estrangeiros ao Brasil. Contudo, a recente redução promovida pelo Fed e os estímulos econômicos da China não devem impactar significativamente os ativos brasileiros, conforme aponta a gestora Ibiúna Investimentos, que administra R$ 18 bilhões, sob a liderança de André Lion(foto/reprodução internet). Segundo a análise, as fragilidades fiscais no Brasil desempenham papel crucial nessa perspectiva negativa.
A gestora relembra um cenário similar do passado, onde uma política fiscal excessivamente expansionista exigia uma postura monetária mais rigorosa, aumentando a pressão sobre a dívida pública. As preocupações com o déficit fiscal e a sustentabilidade da dívida continuam a desestabilizar as expectativas de inflação e a manter os juros reais elevados. Além disso, a decisão do governo de reduzir os valores contingenciados no orçamento de 2024 contribui para o aumento do prêmio de risco nas curvas de juros e a deterioração do câmbio, devido à hesitação das autoridades em reconhecer a gravidade da situação, possivelmente influenciada por motivos eleitorais.