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E os juros não param de subir

Paulo César de Oliveira
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Pelo décimo mês seguido, as taxas de juros voltaram a aumentar em julho, segundo apuração feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). Para as pessoas físicas, as seis modalidades de crédito tiveram alta dos custos de empréstimos. Na média, a taxa subiu 1,73%, passando de 6,94% (em junho) para 7,06% (em julho). Ao ano, a taxa subiu de 141,93% para 143,55%. A rolagem da dívida do cartão de crédito continua sendo a mais elevada entre as linhas para a pessoa física, com correção de julho de 3,91%. Em junho, o consumidor pagava ao mês 12,54% e passou a pagar 13,03% em média. No ano, essa taxa avançou para 334,84%. Apesar de ter a menor oscilação entre as modalidades, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) nos bancos, para a compra de automóveis, apresentou a segunda maior alta, de 0,95%, com taxa de 2,12% ao mês e 28,63% ao ano.

 

A inadimplência leva a culpa

Já a segunda maior taxa foi constatada no cheque especial. Os juros subiram na média 0,9%, alcançando 10,1% ao mês e 217,28% ao ano. Para obter empréstimo pessoal nas instituições financeiras, o consumidor pagou 0,79% mais, com taxa de 7,7% ao mês e 143,55% ao ano. Esta linha nos bancos, teve correção de 0,73%, com a taxa passando para 4,13% ao mês e 62,52% ao ano. O menor avanço ocorreu no comércio, 0,38%. Os juros cobrados pelo setor giraram em 5,25% ao mês e 84,78% ao ano, em média. Para as pessoas físicas, os juros subiram, em média, 0,74%, atingindo 4,06% ao mês e 61,22% ao ano. A previsão da Anefac é que os juros vão continuar em alta. Em nota técnica, a associação atribuiu o aperto financeiro ao “cenário econômico, que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Este cenário se baseia no fato de os índices de inflação mais elevados, o aumento de impostos e os juros maiores reduzirem a renda das famílias”. Na avaliação econômica, a Anefac diz que as instituições financeiras embutem, em suas taxas, as prováveis perdas com o aumento da inadimplência, previstas diante do baixo crescimento da economia e da consequente elevação do desemprego. Além disso, a entidade observa que há expectativas de novas elevações da Taxa Básica de Juros, a Selic.

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