A disparada nos preços da energia elétrica e do gás natural foi um dos principais vetores da inflação acima da meta nos últimos 25 anos, segundo estudo da Abrace, comandada por Paulo Marcos Cardoso Maciel. De 2000 a 2024, enquanto o IPCA acumulou 326%, a conta de luz subiu 1.299% e o gás natural, 2.251% — quatro e sete vezes mais que a inflação, respectivamente. Produtos como pão francês, leite e queijo tiveram entre 85% e 92% de seu aumento de preço atribuído ao custo da energia. O impacto se estende à indústria: margens comprimidas, menor investimento e queda no emprego. A Abrace alerta que a MP 1.300/2025, em debate no Congresso, pode agravar ainda mais o quadro. A proposta redistribui encargos para o mercado livre, penalizando a indústria para subsidiar tarifas sociais. O estudo projeta um repique inflacionário de até dois pontos no IPCA. A energia, embora silenciosa, tornou-se uma das maiores forças de corrosão do poder de compra e da competitividade brasileira. (Foto/reprodução internet)