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Economias emergentes em risco

Paulo César de Oliveira
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O risco de mudanças no cenário global para economias emergentes se intensificou desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 16 de maio, afirmou ontem o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, acrescentando que o recente movimento no mercado de câmbio também foi causado por questões domésticas. “O dólar norte-americano vem se valorizando mundialmente como tendência, refletindo principalmente a normalização das taxas de juros pelo Federal Reserve”, disse Ilan em inglês durante evento fechado em São Paulo, segundo publicação do próprio BC. “Mas há sempre fatores domésticos e globais afetando as moedas. O que é central para nós é persistir no atual caminho de reformas e ajustes, a fim de assegurar a estabilidade de longo prazo da economia brasileira, portanto, manter resiliência da nossa economia a choques adversos, domésticos ou globais”, acrescentou. Na semana passada, o BC surpreendeu ao manter a Selic em 6,50 por cento, citando o cenário externo mais desafiador. A maioria esmagadora dos agentes econômicos previa queda de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros, em meio à inflação e atividade fracas. Na ata da reunião, divulgada na manhã de ontem, o BC admitiu que o choque externo e o dólar mais forte fizeram com que a manutenção dos juros fosse “a melhor decisão possível”.

 

Recuperação em perigo

A deterioração do cenário global, com impacto negativo em economias emergentes, vem ganhando ritmo recentemente, de acordo com Ilan, tornando a cena externa mais desafiadora e com maior volatilidade. Segundo Ilan, os efeitos no Brasil são mitigados pela folga na economia e expectativas de inflação ancoradas na meta. “A frustração de expectativas sobre a continuidade das reformas e dos ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar o caminho da inflação no horizonte relevante”, disse Ilan (foto). “Este risco se intensifica em caso de futuras mudanças no cenário global para economias emergentes. Este risco se intensificou desde a última reunião do Copom. ”Os indicadores mais recentes da economia brasileira mostram um enfraquecimento da atividade econômica no contexto de uma recuperação consistente, embora gradual, afirmou Ilan.

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