Os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central já admitem taxa básica de juros em um dígito neste ano, depois de o BC ter reduzido a Selic a 13%, na primeira reunião do ano do Copom. A expectativa agora é de um afrouxamento monetário ainda maior em 2017, com a Selic indo a 9,75% , contra 10,25% projetado anteriormente.Para a reunião de fevereiro, a expectativa é de um corte de 0,50 ponto na Selic, reduzindo o ritmo do afrouxamento depois de o Copom ter na semana passada promovido um corte de 0,75 ponto.Os investidores aguardam agora a divulgação da ata dessa reunião para terem mais pistas sobre a condução da política monetária.Para 2018 a pesquisa aponta que a Selic deve terminar a 9,50%. Já o Top-5, que reúne as instituições que mais acertam as previsões, projeta a taxa básica de juros ainda mais baixa este ano, a 9,50%.
Economistas otimistas. FMI nem tanto
A expectativa para a atividade econômica brasileira permanece sendo de uma expansão de 0,5% em 2017, melhorando a 2,20% em 2018. Nesse caso, entretanto, houve redução ante a estimativa anterior de crescimento do Produto Interno Bruto de 2,30%. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para apenas 0,2% em 2017, sobre a expansão de 0,5% prevista em outubro, segundo relatório divulgado nessa segunda-feira. O cenário de praticamente estagnação neste ano vem, segundo o FMI, devido ao desempenho pior que o esperado em 2016. Para 2018, o fundo manteve a projeção de avanço da economia brasileira em 1,5%. Os economistas consultados pela pesquisa Focus, realizaram ainda um leve ajuste na expectativa para a inflação deste ano, projetando a alta do IPCA em 4,80%, 0,01 ponto percentual a menos do que na semana anterior, perto do centro da meta, de 4,5%, mas com banda de 1,5 ponto. Para 2018 a mediana das projeções aponta inflação de 4,5%.
Já os líderes empresariais estão otimistas e preveem crescimento de seus negócios neste ano
As incertezas na economia vão se dissipando aos poucos e com elas vai melhorando o otimismo dos empresários brasileiros. A 20ª Pesquisa Global com CEOs da PwC revela que os principais líderes empresariais brasileiros estão otimistas em relação ao crescimento de seus negócios e 57% deles acreditam que o faturamento vai se expandir nos próximos 12 meses. O percentual é quase o dobro dos 24% que previam expansão dos negócios em 2016 e 19 pontos percentuais maior do que a média entre os cerca de 1.400 CEOs entrevistados no mundo. Uma maioria ainda mais expressiva (79%) prevê crescimento de receita nos próximos três anos. Para 90% dos CEOs brasileiros, a expansão dos negócios nos próximos 12 meses se dará por meio de crescimento orgânico e 45% pretendem investir em fusões e aquisições.
Demanda por crédito foi para pagar dívidas atrasadas
Outro levantamento do desempenho da economia divulgado ontem, pela Serasa, mostra que a demanda dos consumidores por crédito cresceu 3,7% em 2016 na comparação com 201. Analisando os números das vendas no varejo, a consultoria ressalta que os dados indicam que os empréstimos contraídos ao longo do ano foram mais direcionados ao pagamento de dívidas anteriores do que para o consumo ou investimento. O aumento da procura por financiamentos foi mais alto na faixa de renda mensal de R$ 1 mil a R$ 2 mil, que registrou expansão de 4,3%. Entre os que ganham de R$ 500 a R$ 1 mil houve crescimento de 3,7%. Na faixa de R$ 5 mil a R$ 10 mil a alta ficou em 4,1%. Para os que recebem acima de R$ 10 mil foi verificada uma expansão de 3,6%. Na análise por região, o sul foi onde a demanda por crédito mais avançou (7,2%).