Trump (foto), visto como uma incógnita em um passado recentíssimo, não teve dissecada suas ideias para se estabelecer um contorno de como seria seu governo. O mercado, que adora atuar sobre o vácuo, imagina que o mandato republicano terá como principal característica uma forte expansão fiscal — explicado pelos cortes de impostos e expansão do gasto público. Nesse quadro os juros de longo prazo subiriam, tendo como pano de fundo um maior endividamento e suscetível a pressões inflacionárias. Como o capital é covarde, os recursos começaram a migrar, principalmente dos países emergentes, para os Estados Unidos. Diante desse afunilamento, a liquidez, ao se ver acuada, provocou essa onda de oscilações nos mercados de ações, juros e câmbio, pelo mundo afora. Assim, espera-se que os contornos do plano de governo a ser vivenciado pelo povo americano, tornem-se mais claros para que o mercado se acomode, novamente. Enquanto isso não ocorre, a especulação corre solta estimulando as oscilações, para cima ou para baixo.
O fato bom
Mas nem tudo vai ser ruim para o Brasil. Com as reformas em curso deslanchando, é provável que o Brasil volte a ser o queridinho das Américas, notadamente agora que o México sofre horrores com a exposição maior ao risco, fruto da aversão do Presidente Trump àquele país. É público e notório que o México, até antes de se tornar clara a vitória republicana nos Estados Unidos, era um dos mercados emergentes favoritos dos investidores globais. Dentro dessa linha de raciocínio, se o Brasil conquistar maior atenção, não me surpreenderia, a partir do ano que vem, a percepção de sinais evidentes de recuperação de atividade econômica.