Tudo indica que o Brasil caminha para a terceira “década perdida” num intervalo de 50 anos, com os atuais fundamentos da economia mais frágeis do que o percebido de forma geral, avaliou a gestora Rio Bravo em publicação trimestral em que destacou a necessidade de uma agenda que busque aumentar o chamado produto por trabalhador. Segundo a Rio Bravo, um crescimento econômico anual médio de 1% na próxima década “parece mais factível” do que a taxa de 2,5% citada no mercado. A casa avaliou que o crescimento do Brasil nos últimos 20 anos foi amparado por três fatores “temporários ou insustentáveis”: bônus demográfico (aumento da proporção da população em idade ativa), papel do governo —com “forte” presença estatal na alocação de capital e contínua expansão fiscal— e política de reajuste de salário mínimo. Para a Rio Bravo, que tem como CSO o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco (foto), o cenário agora é de fim do bônus demográfico (ocorrido em 2018), redução do papel do Estado como indutor de crescimento e impossibilidade de promover reajustes reais do salário mínimo. “Esgotaram-se as fontes de crescimento artificiais”, disse a gestora na publicação. “A alternativa ao enfrentamento dos problemas é o crescimento medíocre dos últimos anos e nossa consolidação como um país de renda média com uma terceira década perdida”, completou.