Uma segunda safra de milho recorde esperada pelo Brasil, essencial para garantir excedentes de exportação e aliviar altos preços para a cadeia produtiva de carnes, está em xeque, uma vez que a seca em abril deve se prolongar até a última semana do mês e previsões climáticas também não são muito favoráveis para maio. Chuvas mais volumosas em abril seriam fundamentais para o milho plantado mais tarde no país, uma parcela que engloba cerca de metade da área brasileira, após o atraso na safra de soja em várias regiões. Mas o problema é que as precipitações não ocorrerão nos volumes necessários, o que leva especialistas a considerarem já um menor potencial produtivo.”O produtor está preocupado, houve problemas na soja e ele não pode errar no milho. O clima é de apreensão”, afirmou o superintendente do Imea, Daniel Latorraca (foto), que está à frente do órgão de análise da federação de agricultores de Mato Grosso, principal estado produtor do grão. A segunda safra de milho, conhecida no passado como “safrinha”, está estimada em 57,1 milhões de toneladas, ou cerca de dois terços do que o país espera produzir do cereal em 2015/16, segundo números oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento.