O pessoal de Donald Trump (foto) cunhou a expressão “fatos alternativos” para impor a sua visão de que havia mais gente na posse do republicano do que nas de Barack Obama. Parece que o embuste Trump cada vez mais se materializa e não vai haver fato alternativo capaz de mudar isso. Confirmou-se ontem a saída dos EUA do Acordo Transpacífico. A renegociação das condições do NAFTA, agora, é a bola da vez. O magnata Trump, que habitava mansões, agora na pobreza da Casa Branca, ameaça a imposição de pesadas barreiras tarifárias para produtos importados e promete massivas reduções de impostos à classe média. Esse seu discurso dissociado da realidade, parece não ter absorvido as lições resultantes dos problemas que Obama enfrentou quando a dívida pública americana atingiu o limite legal — em 2011, e de novo em 2013. Em 2015, um acordo entre democratas e republicanos resultou na suspensão da restrição. Esse acordo se expira agora em 16 de março, e a dívida pública americana está saindo pelos ladrões. Os prováveis gastos com infraestrutura aumentarão a relação dívida/PIB, que hoje ronda 105%, fazendo com os Estados Unidos enfrentem uma crise semelhante a da Grécia. Sem falar nas políticas protecionistas que podem se transformar em contracionistas no curto prazo. Parece que o horizonte global começa a ficar turvo outra vez.