O Banco Central elevou a Selic para 15% ao ano, mas sinalizou o fim do ciclo de alta com uma pausa “bastante prolongada”. Não é convite a cortes, mas aviso de permanência. O cenário fiscal desancorado e a política monetária global incerta impõem cautela. Para 2026, há dois caminhos: corte no fim deste ano, se o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, aliviar, ou só em junho de 2026. A ironia é que o presidente Lula, crítico dos juros altos e do ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto (foto/reprodução internet), acabou contratando-os com suas escolhas populistas. Agora não pode nem culpar o BC, por ele todo escolhido. Sem âncora de nenhuma espécie, o BC aperta os juros para conter o desarranjo fiscal. O modelo lulopetista — baseado em crédito fácil, salário-mínimo inflado e transferências se esgota. A foto da economia engana, mas o roteiro é sombrio.