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Gerar emprego para reduzir desigualdades

Paulo César de Oliveira
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A criação de condições para que o Brasil crie mais empregos é essencial para o país começar a reduzir a desigualdade, disse ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles em entrevista, após uma palestra em Londre, Meirelles (foto) disse ainda que as reformas propostas pelo governo têm o objetivo de fazer o país voltar a crescer de forma sustentada. “O que nós estamos construindo é um Brasil que cresça mais, que crie mais empregos e que possa distribuir mais a renda. Existem diversas formas de distribuir renda. Uma delas, que é a mais eficaz de todas, é criar emprego. Segundo, criar empregos cada vez melhores. Terceiro, criar condições macroeconômicas que baixem a inflação, porque a inflação penaliza os de renda menor”, disse o ministro ao comentar relatório da organização não governamental britânica Oxfam que apontou a forte desigualdade no Brasil. Segundo o estudo, divulgado ontem, os seis maiores bilionários brasileiros têm o mesmo patrimônio que os 100 milhões mais pobres. O levantamento mostrou também que os super-ricos pagam menos tributos que os 10% da população brasileira que ganham menos.

 

Governo tem que ser mais enxuto

De acordo com Meirelles, o levantamento revela uma situação histórica no Brasil, e o caminho para redistribuir renda é ter um governo mais enxuto e que gaste com mais racionalidade. Mesmo assim, o ministro ressaltou que os programas sociais estão sendo expandidos. “O Brasil aumentar o custo da sua máquina não distribui renda. Os programas sociais estão mantidos. Na verdade, estão sendo expandidos. O que precisamos é ter um governo mais eficiente e enxuto. Isso vai gerar mais recursos para consumo, investimentos e empregos, na medida em que se possam ter discussões mais aprofundadas sobre a distribuição de renda”, declarou o ministro. Meirelles citou estudos recentes segundo os quais o crescimento econômico dos últimos anos não melhorou significativamente a redistribuição de renda no Brasil. Para ele, o aumento dos gastos públicos não é a forma mais eficaz de combater a desigualdade. “O crescimento do governo nos últimos anos não melhorou a distribuição de renda no Brasil. O importante é fazer o contrário: criar mais empregos, menos inflação, menos juros e mais renda”, acrescentou.

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