O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel (foto), disse nessa terça-feira que o país está em “uma trajetória consistente” para o cumprimento das projeções para as contas externas. Segundo a previsão do BC, as transações correntes, que são as trocas comerciais e financeiras do Brasil com o resto do mundo, encerrarão 2015 com déficit de US$ 84 bilhões, ou 4,42% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos em um país. Antes o BC divulgara que em abril as transações correntes tiveram déficit de US$ 6,901 bilhões. No primeiro quadrimestre, essas transações acumulam saldo negativo de US$ 32,462 bilhões e, no período de 12 meses até abril, têm déficit de US$ 100,2 bilhões. Ao comentar os resultados, Túlio Maciel frisou que houve redução do déficit em 12 meses ante dezembro de 2014, quando estava em US$ 104,8 bilhões. “Acho que estamos em trajetória consistente com nossa meta, que é US$ 84 bilhões”.
A soja ajudou a dar uma diminuída no déficit
O chefe do Departamento Econômico destacou o saldo positivo da balança comercial, que ficou superavitária em US$ 280 milhões em abril. “Isso obedece à sazonalidade. No segundo trimestre, os resultados [da balança] mostram-se melhores com os embarques de soja”, frisou, destacando que o saldo positivo deve melhorar ainda mais em maio. No primeiro quadrimestre, o saldo da balança ainda é deficitário em US$ 5,8 bilhões ante um déficit de US$ 6,24 bilhões no mesmo período de 2014. Maciel ressaltou que, no período, há registro de queda tanto nos ganhos com as exportações quanto nos gastos com importações. As vendas externas do país caíram 16,4% principalmente em função de um recuo de 18,9% nos preços, já que a quantidade exportada cresceu. No caso das importações, um recuo de 15,7% no primeiro quadrimestre reflete a queda de preços e a quantidade importada. No caso da conta de serviços, Tulio Maciel disse que o déficit de US$ 3,514 bilhões representa o impacto do câmbio sobre as viagens. Com o dólar em alta, os gastos de brasileiros no exterior caíram 16% de janeiro a abril deste ano, na comparação com igual período de 2014.