O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (foto), disse ontem (29) acreditar que haverá “um sinal” de convergência entre o governo e o Congresso Nacional à comunidade internacional, e, assim, o país manterá o grau de investimento. Na terça-feira (28) a agência de classificação de risco Standard & Poor’s informou que manteve a nota de crédito do Brasil em BBB-, ainda grau de investimento, mas alterou a perspectiva da nota para negativa. O grau de investimento significa que o país é considerado um bom pagador e seguro para investir. No entanto, a mudança de perspectiva da nota sinaliza que o Brasil pode vir a ser rebaixado. Ao justificar a alteração, a Standard & Poor’s disse, em comunicado, que o governo fez um esforço de correção, mas que as circunstâncias políticas e econômicas são “desafiadoras”. A agência mencionou as dificuldades no Congresso Nacional. Nessa quarta-feira (29), a Standard & Poor’s também mudou a perspectiva da nota de 30 empresas e 11 instituições financeiras do país. “A agência [Standard & Poor’s] reconhece que governo tem buscado fazer sua parte. Eu acho que com essa aliança com o Congresso Nacional, essa convergência de posições, nós vamos manter o grau de investimento e isso é muito importante para o país”, disse Monteiro. Para o ministro, o Congresso “poderá dar contribuição maior do que já deu, para que haja claramente na comunidade internacional um sinal de que há no Brasil uma convergência de posições”. Armando Monteiro deu as declarações após reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado da Câmara de Comércio Exterior do ministério. No encontro, ele e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, discutiram com empresários temas ligados ao Plano Nacional de Exportações, lançado em junho. Levy foi perguntado por jornalistas, mas preferiu não falar sobre a alteração de perspectiva pela Standard & Poor’s. Na noite de ontem, o Ministério da Fazenda apenas divulgou uma nota em que o ministro reafirma o compromisso com o ajuste fiscal.