O governo prepara uma Medida Provisória para acabar com a isenção de impostos sobre LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas – mudança que pode redesenhar o mercado de renda fixa no Brasil. A proposta prevê a aplicação de uma alíquota de 5% de IR sobre papéis hoje isentos, como forma de compensar a reversão parcial do aumento no IOF. Embora a tributação inicial seja modesta, o temor dos investidores é de que o percentual suba ao longo do tempo, até equiparar-se aos 15% dos ativos não incentivados. Para Marcelo Michaluá (foto/reprodução internet), da RB Asset, os papéis ainda seriam atrativos com 5%, mas a sinalização preocupa. A XP estima um impacto de R$ 18 bilhões com o fim das isenções. O recado do governo é claro: mesmo os investimentos antes blindados entraram na linha de tiro para aumentar a arrecadação. E, com isso, cresce o risco de instabilidade num segmento que sempre foi sinônimo de segurança.