A diferença média entre os salários nos setores privado e público teve alta no país em 2016, mostram dados do IBGE. Professora de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Juliana Inhasz (foto) atribui o resultado ao aperto da crise. O funcionalismo em 2015 ganhava 59,3% a mais do que a média dos empregados com carteira assinada. No ano passado, a diferença pulou para 63,9%, o maior aumento da série histórica iniciada em 2012. Como a crise é severa, a iniciativa privada demite funcionários e repõe as vagas com salários menores. No setor público, isso não é possível. O rendimento segue o mesmo avalia a professora. Para Juliana, é difícil projetar, por conta da recessão e da incerteza, baixa na diferença no curto prazo. A indústria até deu sinais de recuperação. Quando a recessão diminuir, o setor privado terá salários maiores, o que deverá estreitar a diferença afirma. A grande verdade, em tudo isso, consiste no fato de que o déficit público continua sendo fruto de uma sucessão de equívocos governamentais.