Não será fácil a situação para o governo a ser eleito domingo. De um lado, o ambiente internacional será desafiador, por conta da desaceleração do crescimento econômico mundial, da alta dos juros nos países desenvolvidos e do acirramento da tensão geopolítica. É um cenário em que erros na condução da política econômica podem custar muito – inclusive em países desenvolvidos, como vem mostrando o Reino Unido. De outro lado, o atual governo está deixando de herança uma “bomba” fiscal que dificultará a gestão da política econômica no próximo mandato. O custo anualizado das medidas de elevação de despesas e redução de receitas tomadas desde o fim de 2021 chega a cerca de R$ 400 bilhões (4% do PIB). Esse desequilíbrio fiscal – temporariamente compensado pela arrecadação inflada pelos altos preços do petróleo – certamente aparecerá nos próximos anos. Por fim, não será fácil governar com um Congresso em que se aumentou a participação do Centrão e de parlamentares ideologicamente alinhados a Bolsonaro. (foto/reprodução internet)