O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva elegeu como prioridade em sua campanha reduzir a fome no país. Mas, para além do desafio urgente de recompor o Orçamento a fim de garantir um Bolsa Família de R$ 600, o novo governo terá de lidar com uma alta inédita nos preços de alimentos. Desde 2018, o custo da comida vem subindo bem acima da inflação, refletindo uma alta nos preços internacionais, mas também mudanças em políticas públicas, como a redução dos estoques reguladores. A combinação de efeitos climáticos adversos, guerra na Ucrânia e dólar valorizado deve manter os alimentos sob pressão em 2023 e, ainda, a pandemia perturbou os preços relativos dos alimentos. Outra questão é a taxa de câmbio, que está muito desvalorizada no Brasil, o que afeta preço de trigo, milho e preço de insumos – explica o economista Heron do Carmo (foto), professor sênior da FEA/USP. (Foto/reprodução internet)