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Inflação sem controle

Paulo César de Oliveira
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O reajuste dos preços dos combustíveis levou a inflação ao consumidor brasileiro a acelerar em outubro ao maior nível para o mês em 13 anos, somando quase 10 por cento no resultado acumulado em 12 meses, em um momento de valorização do dólar e em que o Banco Central encontra dificuldades para conter a alta dos preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,82 por cento em outubro, depois de subir 0,54 por cento em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta-feira (6).. É o nível mais alto para meses de outubro desde 2002, quando chegou a 1,31 por cento, e também o maior neste ano desde março, quando a alta foi de 1,32 por cento. Com isso, a alta acumulada em 12 meses até o mês passado atingiu 9,93 por cento, maior nível desde novembro de 2003 (11,02 por cento), contra avanço de 9,49 por cento em setembro. A meta do governo para este ano é de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos. A expectativa em pesquisa da Agência Reuters era de alta mensal de 0,80 por cento em outubro, chegando em 12 meses a 9,91 por cento.

 

Gasolina foi o combustível da inflação

O maior responsável pela leitura de outubro foram os combustíveis, que encareceram 6,09 por cento no mês. Sozinha, essa categoria foi responsável por 37 por cento do resultado do IPCA, somando 0,30 ponto percentual ao índice. O litro da gasolina, combustível de maior peso no índice, ficou em média 5,05 por cento mais caro, exercendo impacto de 0,19 ponto percentual no IPCA. Já o aumento dos preços do etanol foi de 12,29 por cento, o que representa alta 0,10 ponto percentual no índice. “A alta da gasolina trouxe a reboque o aumento do etanol. Aumentou a procura e a exportação de etanol neste ano, o que diminui a oferta”, explicou a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos. Diante disso, o grupo Transportes foi o que registrou a maior alta em outubro, de 1,72 por cento, sobre 0,71 por cento em setembro. O avanço da gasolina é resultado do reajuste de 6 por cento nas refinarias promovido pela Petrobras. Ainda se destacou o avanço de 0,77 por cento de Alimentação e Bebidas, a segunda maior alta no índice do mês, após encarecimento de 0,24 por cento em setembro. Segundo Eulina, a influência do fortalecimento do dólar em relação ao real sobre os preços vem se intensificando, principalmente sobre os alimentos. Neste ano até a véspera, a moeda norte-americana avançou 42 por cento. “Uma das principais justificativas é a pressão do câmbio sobre insumos, fertilizantes e dos custos agrícolas em geral. O dólar também está atraente para a exportação de alguns produtos como carnes de boi e aves, o que reduz a oferta por aqui”, disse ela.

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