No teatro tropical dos juros elevados, o Banco Central brasileiro, presidido por Gabriel Galípolo (foto/reprodução internet) continua a interpretar o papel de guardião austero da estabilidade, enquanto o resto do elenco — mercado, governo e investidores — oscila entre ceticismo e resignação. A taxa Selic a 15% funciona como imã para capital estrangeiro, mas também denuncia a paralisia estrutural da economia. O BC fala em manter os juros por um “período muito prolongado”, o que significa que o Brasil continuará oferecendo juro real pornográfico enquanto outros países tentam descer do salto monetário. O UBS, comandado por Daniel Bassan, aposta que a primeira tesourada só virá em abril de 2026. O BofA, mais otimista, chuta dezembro de 2025. Nesse vaivém, o real dança. O “valor justo”, para a moeda brasileira, segundo o BC de R$ 5,20, mas a cotação atual beira os R$ 5,50, a menor desde setembro de 2023. Câmbio solto, país travado.