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Levy pede definição ao governo: ou economiza ou cobra impostos

Paulo César de Oliveira
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (foto), disse, na tarde de ontem (29), que o governo não pode ficar em uma eterna ambiguidade. “Tem que decidir se quer reduzir gastos, controlar e melhorar a qualidade, ou se vamos continuar aumentando impostos”, afirmou. Para ele, com o fim do ciclo das commodities, o aumento de produtividade do governo é um caminho. “Isso só vai acontecer também se todo mundo acreditar, não adianta só pedir sem pensar um pouquinho em como isso será alcançado”, considerou. Levy disse ainda que o Brasil tem um caminho para o desenvolvimento, sendo que é preciso acertar as reformas estruturais. “O setor público precisa ter um olhar diferente para o gasto. Não é só cortar. Temos que ver o que queremos e como faremos e aí fazer escolhas. Não pode haver ambiguidades do governo e na sociedade”, afirmou em apresentação no 7º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais organizado pela BM&FBovespa em Campos do Jordão, interior de São Paulo.O ministro da Fazenda disse ainda que o ajuste no curto prazo vem funcionando. “Tem reajuste de preços, você tem um acerto fiscal. E se toma medidas na política monetária para evitar que o acerto dos preços realimente a inflação, e isso vem acontecendo”, disse.

 

Chioro não fala em CPMF, mas cobra mais recursos

O ministro da Saúde, Arthur Chioro afirmou que “o governo não defende a volta da CPMF”. Ele destacou que é necessário “um debate com a sociedade, que passa necessariamente pelo Congresso Nacional, sobre a forma de gerar recursos para a área da Saúde, que é subfinanciada.” “Vamos debater, avaliar as melhores formas. Existem diversas. Isso que é relevante neste momento. Não há uma proposta fechada”, destacou Chioro. “O Brasil quer um sistema único de Saúde?”, questionou o ministro, para completar que, se a resposta for afirmativa, é necessário descobrir formas complementares para financiá-la. Ele disse que os recursos destinados para a Saúde no país são, em termos proporcionais à população, inferiores aos registrados no Uruguai e na Argentina.

 

Governo não aguentou pressões

A presidente Dilma desistiu de recriar a CPMF. Esta informação surgiu ontem, em Brasília, após reunião da presidente com os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Nelson Barbosa, do Planejamento para discutir o orçamento de 2016 que deve ser enviado ao Congresso amanhã. A volta da CPMF, extinta em 2007, foi a alternativa que o governo encontrou para cobrir um “rombo” de R$ 80 bilhões no orçamento do ano que vem, consequência da queda na arrecadação prevista para o ano que vem em função da retração econômica. A forte reação da sociedade, principalmente dos empresários ao novo imposto, colocou Michel Temer, interlocutor do governo junto às lideranças empresariais, em oposição à presidente Dilma. Temer e a maioria de seu partido, o PMDB, ficaram contra a recriação. Esta reação, e a quase certeza de derrota no Congresso, teriam levado a presidente a desistir da proposta. Para alguns membros da equipe econômica, o governo pode trabalhar agora a criação de um imposto sobre a distribuição de dividendos como alternativa de receita.

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