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Levy reconhece que mercado de trabalho desacelerou

Paulo César de Oliveira
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (foto), afirmou ontem (29), em almoço com empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que os preços relativos da economia brasileira têm se adaptado, incluindo o câmbio, que sofreu grande desvalorização neste início de 2015. O ministro defendeu as medidas como importantes para o ajuste da economia. “Estamos no momento em que temos enormes oportunidades. São desafios, mas oportunidades. E o governo certamente tem tomado medidas para isso (vencer desafio). Houve realinhamento de preços, o que não é fácil, mas o governo fez”, disse. Além disso, o ministro reconheceu que, na conjuntura atual, o mercado de trabalho desacelerou. O desafio, neste contexto, é recolocar o país em uma trajetória de criação de empregos. “Poucas economias têm as vantagens do Brasil, nossa demografia é favorável. Numa situação um pouco menos fácil, a gente tem de se organizar. A criação de empregos é um dos principais desafios”, disse Levy.

 

Inflação exige vigilância do Banco Central

Levy voltou a falar que o Banco Central deve permanecer vigilante diante de uma tendência de curto prazos de possível alta de preços, uma vez que o governo garantiu, não quer pressão inflacionária. “O Banco Central tem permanecido vigilante e tem tido sucesso nisso”, completou. O ministro ainda reconheceu que a relação da dívida com o PIB voltou a subir desde 2012, “em particular no ano passado”. “Nossa dívida é alta comparada à de vizinhos”, disse. Ele afirmou ainda que o governo agora persegue uma taxa de superávit primário que recoloque a trajetória da dívida em queda. Segundo ele, o ano passado foi atípico no que diz respeito ao déficit primário. Agora, o governo trabalha para promover mudanças estruturais que, por fim, contribuam com a geração de emprego e com a melhora da conta previdenciária. A adoção de tarifas “realistas” é fundamental para orientar a economia, disse. Segundo Levy, com a prática de preços realistas, as empresas serão obrigadas a ter a produtividade como meta e, em sua opinião, “aumentar a produtividade é extremamente importante” e garantiria, no médio prazo, a melhora dos salários.

 

Despesas sobem mais do que receita

O ministro ainda comentou que há divergência entre gastos públicos e receitas. “Houve declínio na receita federal nos últimos anos, são R$ 70 bilhões a menos, enquanto houve aumento importante de despesas”. Esse risco fiscal, continuou o ministro, é um dos maiores obstáculos para as empresas e o objetivo do governo é reduzir isso. “O risco Brasil ainda é elevado”, acrescentou. A divergência, disse, também afeta a Previdência Social, que sofre efeito cíclico de tendência de alta na despesa e redução da receita. “O déficit da previdência é sistemático. O governo tem de prestar atenção nisso, principalmente quando há discussão sobre a desoneração da folha de pagamento”, disse Levy. Informações do Estadão Conteúdo.

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