Mercado em marcha lenta

O mercado anda mal-humorado, mas ainda não rasgou a gravata. As tarifas de Donald Trump (foto/reprodução internet) assustam, mas o impacto direto é limitado: o Brasil exporta pouco aos EUA em proporção ao PIB. O problema é setorial e imediato. Já há empresas mudando rotas logísticas, tentando driblar o que vem aí. A linha de contenção é clara: enquanto o governo não partir para a retaliação real, tudo segue sob controle. Mas se resolver revidar com a tal “reciprocidade”, o dólar sobe, a inflação aperta e o Banco Central engaveta os cortes de juros. O Planalto sabe disso. E por mais que adore um duelo retórico, não deve atear fogo no pavio. Trump já recuou de blefes antes, e há espaço para negociação. Não é um bom cenário. Mas desastre, por enquanto, só se for provocado.