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Metas arrojadas que não podem ficar só no discurso

Paulo César de Oliveira
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O presidente da Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), Mario Campos (foto), acompanhou atentamente os discursos na Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que para ele teve sinalizações de metas arrojadas. Mario Campos gostou da fala do presidente Jair Bolsonaro, uma das mais aguardadas do encontro. O líder empresarial considerou positiva a sinalização de Bolsonaro em relação a algumas metas do Brasil: “primeiro as MDCs brasileiras, que são metas arrojadas, definidas no acordo de Paris em 2015, com o objetivo de reduzir em 10 anos a neutralidade de carbono. Ele anunciou a meta para 2050, quando a previsão era de 2060. O presidente também colocou como meta a data em 2030 para acabar com desmatamento ilegal. Esse é um fator complicado para um país como o nosso, com dimensões continentais. Para que isso aconteça, ele disse que iria dobrar o orçamento dos órgãos de controle, dos órgãos ambientais”.

Matriz limpa

O Brasil tem muito o que apresentar em temos de energia limpa, segundo Mario Campos, que ressaltou no discurso do presidente Jair Bolsonaro, o destaque para a matriz energética brasileira, que já é muito limpa. Segundo o empresário, “sob o nível histórico de emissões, temos uma participação muito pequena, de apenas 1%, sob as emissões atuais estamos em 10%, o que é também muito pequena. Outro fato importante foi o presidente confirmar o compromisso de olhar pelo lado ambiental”. Mario Campos também considerou importante a fala do presidente Joe Biden, que colocou como meta dos Estados Unidos, a redução em 50% os gases de efeito estufa, “o que também é muito arrojada até 2030 e demonstra essa ordem mundial em prol das discussões ambientais está se impondo não só sobre o Brasil, mas sobre todas as nações do mundo”.

Carbono zero

Para Mario Campos, esse foi um encontro propositivo com apresentação de metas, mas a discussão mundial se dará na Cop-26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em novembro, em Glasgow, na Escócia, onde será discutido o artigo 6º do acordo, que são as compensações, o pagamento pelos serviços ambientais. Segundo ele, “a descarbonização é a grande moeda que se está criando dentro dessa contextualização global em relação ao desenvolvimento sustentável. Os países com histórico maior de emissões como EUA, Europa e China, que vêm nesse contexto nos últimos 30 anos, enquanto os EUA têm um histórico de 200 anos. Essa liderança americana veio para ter resultados. Será preciso rediscutir a questão da regularização fundiária para penalizar os que fazem desmatamento ambiental. Nossa lei florestal é uma das leis mais avançadas do mundo, que ainda assim permite o desmatamento legal”. No seu entendimento, essa foi uma guinada, uma mudança importante para que o Brasil possa voltar a ser olhado de outra forma, mas pondera que esse discurso “não pode ser só na promessa, tem que ter ações concretas e o presidente e o ministro de Meio Ambiente têm até novembro para mostrar serviço”.

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