O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (foto) viajou ontem para os Estados Unidos. Ele tem um almoço de trabalho agendado para essa segunda-feira com o secretário de Agricultura do governo norte-americano, Sonny Perdue, em Washington, quando será discutida a retomada de exportações de carne para os Estados Unidos. O ministro viajou acompanhado do secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Silva. A agenda da comitiva inclui, ainda esta manhã reunião com o embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, e o adido agrícola do Brasil nos Estados Unidos, Luiz Claudio de Caruso e Santana. Nessa terça-feira pela manhã, o ministro reúne-se com o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, antes de embarcar de volta ao Brasil no fim da tarde. A chegada a Brasília está prevista para quarta-feira pela manhã. A visita ocorre após a suspensão, no fim de junho, de todas as importações de carne fresca do Brasil, devido a preocupações recorrentes sobre a segurança dos produtos destinados ao mercado dos Estados Unidos. Foram 17 anos de negociações para que o Brasil conseguisse exportar carne fresca para os Estados Unidos, o que se concretizou em setembro do ano passado. No total, 15 plantas frigoríficas exportavam carne in natura para os Estados Unidos e acumularam, de janeiro a maio, US$ 49 milhões com esse comércio.
Vacinação contra a febre aftosa
Para o ministério, os problemas comunicados pelo governo norte-americano são decorrentes da vacinação contra a febre aftosa, o que poderia causar inflamações. A aparência fica comprometida, segundo o ministério, mas o produto não oferece nenhum risco à saúde. O Brasil exporta para os Estados Unidos a parte dianteira inteira do boi, local onde o gado recebe a vacina contra a febre aftosa. Mesmo que não esteja aparente, alguma inflamação pode ser detectada quando a peça é cortada. Para solucionar a questão, o Ministério da Agricultura determinou que os frigoríficos brasileiros passassem a exportar para os Estados Unidos carnes in natura de cortes dianteiros apenas na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras, o que permitiria a retirada dessas partes. Seis entidades do agronegócio propuseram outra solução: pediram ao governo federal uma mudança na composição da vacina contra febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino. A alteração seria necessária para evitar esses abscessos. O ministério já havia anunciado que investigaria os lotes de vacinas contra febre aftosa aplicadas nos animais.