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Nem nova metodologia faz PIB de 2014 crescer

Paulo César de Oliveira
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A economia brasileira cresceu 0,1% em 2014, na comparação com o ano anterior. O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou o ano em R$ 5,52 trilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No quarto trimestre, o PIB teve crescimento de 0,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2014. Na comparação com o último trimestre de 2013, o PIB teve queda de 0,2%. O crescimento de 0,1% em 2014 foi puxado pelos setores de serviços, que teve alta de 0,7% no ano, e de agropecuária, que avançou 0,4%. Com queda de 1,2%, a indústria impediu um crescimento maior do PIB no ano. Sob a ótica da demanda, houve um avanço de 0,9% no consumo das famílias e um crescimento de 1,3% no consumo do governo. A formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, caiu 4,4% no ano. As exportações caíram 1,1%, enquanto as importações tiveram queda de 1% no período. As contas nacionais brasileiras de 2014 foram calculadas com base em nova metodologia internacional, que está sendo adotada por todos os países. Com a nova metodologia, o IBGE também revisou os crescimentos do PIB em 2012 e 2013. Em 2012, a taxa de crescimento passou de 1% para 1,8%. Em 2013, a taxa passou de 2,5% para 2,7%.

Até a Copa tem culpa na desaceleração do PIB

Para o ministro Joaquim Levy (foto), o resultado do ano passado mostra que o país vive um período de “desaceleração” e “transição” “O resultado do PIB mostrou que a gente está especialmente em uma transição. Começa a haver recuperação das exportações. No ano passado a contribuição foi neutra. Esse ano a gente espera que ela possa ajudar o setor externo”, disse. Levy comentou também os investimentos, que caíram 4,4% em 2014, a maior retração desde 1999, quando a baixa havia sido de 8,9%. “Há um esforço de que a gente veja mais para a segunda metade do ano uma recuperação no investimento. Isso é muito importante para a retomada do país”, afirmou. Questionado se o pior momento já passou, o ministro respondeu que os primeiros números apontam para um início de 2015 “sem impulso” na atividade doméstica, mas que a economia vai responder às estratégias que estão sendo tomadas. “A gente vai descobrir que a economia deu uma desacelerada forte no começo de ano por uma série de questões. As questões já estão sendo respondidas e é nesse sentido que a gente vai continuar a retomada do crescimento”, afirmou Levy. O ministro disse ainda que o PIB teve uma queda durante a Copa, quando muitas empresas pararam suas produções, e que isso influenciou o resultado da atividade econômica em 2014. Segundo ele, esse fator fez com que a economia 2015 começasse com menos impulso. “O nosso desafio é criar as condições para retomar o impulso que foi se enfraquecendo em 2014”, destacou. Levy passou boa parte da sexta-feira reunido na sede do BNDES, no Centro do Rio.

 

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