A agência de classificação de risco Moody’s retirou ontem o grau de investimento do Brasil O grau funcionava como garantia de que o país não daria calote na dívida pública. Ela rebaixou o Brasil para Ba2, a segunda nota do grau especulativo. Entre as três maiores agências de classificação de risco, a Moody’s era a única que ainda não tinha tirado o selo de bom pagador, que estava em Baa3, último nível do grau de investimento. Além do rebaixamento, a agência colocou o país em perspectiva negativa, o que significa que pode reduzir ainda mais a classificação do país nos próximos meses. Segundo a Moodys, um dos motivos que levou ao rebaixamento foi a perspectiva de maior deterioração dos indicadores de dívida do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida do governo provavelmente superior a 80% do Produto Interno Bruto (PIB), em três anos.
Há muitos desafios a vencer
A agência também citou as dinâmicas políticas desafiadoras, que devem continuar dificultando esforços de consolidação fiscal e atrasando reformas estruturais. De acordo com a agência, a perspectiva negativa contempla os riscos de deterioração adicional para o perfil de crédito do Brasil que emanando de choques macroeconômicos e de disfunção política mais profunda. No último dia 17, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) voltou a rebaixar o país, cinco meses após retirar o selo de bom pagador do Brasil. A nota foi reduzida de BB+ para BB. A agência concedeu ainda perspectiva negativa. A S&P tinha sido a primeira a retirar o grau de investimento em setembro do ano passado. Em dezembro, a Fitch seguiu a decisão.
Minas também fica como má pagadora
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou os ratings dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Maranhão, bem como das cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A ação veio na esteira do rebaixamento do rating do Brasil em dois graus, de Baa3 para Ba2, com perspectiva negativa. A agência afirma que o rebaixamento dos Estados e municípios “reflete, principalmente, as próximas ligações macroeconômicas e institucionais entre os governos municipais e estaduais e o governo federal”. “Na visão da Moody’s, a contínua deterioração da economia brasileira e a posição fiscal do País têm um impacto direto no ambiente operacional dos Estados e cidades”.