O panorama econômico atual revela um crescimento significativo na demanda, levando muitas indústrias a operarem quase em sua plena capacidade. Em setembro, o uso da capacidade da indústria de transformação alcançou 83,4%, igualando o pico de julho e marcando o nível mais alto desde maio de 2011. Esse índice indica a quantidade de recursos disponíveis para a produção; assim, uma demanda que supera essa capacidade pode resultar em aumento de preços. Esse cenário levanta preocupações sobre a robustez da economia brasileira para expandir sem criar pressões inflacionárias, um conceito conhecido como “hiato do produto positivo”.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central traz esse debate à tona, apontando para a recente elevação da taxa de juros de 10,50% para 10,75% ao ano como uma tentativa de controlar as expectativas de alta inflacionária. Além disso, o nível de estoques da indústria é uma questão que merece atenção. Com um índice de 97,1 pontos em setembro, as reservas estão abaixo do ideal, indicando um estoque reduzido, o que pode agravar ainda mais a situação se a demanda continuar crescendo sem um correspondente aumento na capacidade de produção. (foto/reprodução internet)