A economia mineira apresenta recuperação lenta e gradual, disseminada por todos os setores e registrando quedas cada vez menos intensas em seus indicadores. Na avaliação de Guilherme Velloso (foto), superintendente de Ambiente de Negócios da Federação das Indústrias de Minas, há sinais evidentes da recuperação econômica e industrial no estado como o crescimento do setor de máquinas e equipamentos, inclusive importados. Para ele, ninguém investe em bens de capitais se já não estiver, ou pelo menos se preparando, para o aumento da produção. Velloso destaca o crescimento das horas trabalhadas na produção em agosto, em comparação com julho, o aumento da utilização da capacidade instalada no mesmo período e o aumento da massa salarial real como indicadores da retomada da economia. Quanto ao emprego, que apresentou queda de 0,2% em agosto, no 11º recuo consecutivo Velloso acredita que a criação de novos postos de trabalho só ocorrerá com o avanço de investimentos no setor da construção civil e da construção pesada, o que só acontecerá com uma maior oferta de crédito e aumento da confiança do consumidor, na construção civil e nos investimentos gerados pelas concessões na construção pesada. “Esqueçam os investimentos diretos dos governos, inclusive os estaduais. Só teremos investimentos em infraestrutura através das concessões e atração de capitais externos. Os estados, particularmente Minas, enfrentam uma situação fiscal difícil, com déficits primários anuais. Não tem, portanto, capacidade de investir, assim como o governo federal. Se não houver controle destes déficits com a realização das reformas, em especial da previdência, aí a situação pode se agravar”. Mas Guilherme Velloso é otimista. Na sua avaliação as medidas adotadas pela equipe econômica do governo Temer já deram certo. Ele admite, porém que a crise política poderá colocar tudo a perder.