Otimismo demasiado não é bom

É fato que a inflação se mostra domada, com uma muito forte queda de seu índice anualizado, enquanto a Bolsa continua dando sinais de vitalidade. Com isso, muito se especula que a taxa Selic possa convergir para 8%, com juros reais de 3% com a Bolsa ultrapassando os 100 mil pontos. Embora o mercado espere uma redução de 75 pontos base na reunião do COPOM de hoje, há quem aposte que este número possa ser esticado para 1 p.p. já que não há mais motivos para que não se corte um pouco mais os juros. No entanto é bom lembrarmos que os sinais externos estão ligados com o pisca-pisca do alerta, notadamente para o mercado americano, no qual é visível que o seu presidente Donald Trump, com seus ataques inconsequentes, está prestes a incendiar o país, com apenas um mês de governo. Enquanto isso o presidente falastrão promete anunciar no dia 28 de fevereiro o seu programa de corte de impostos internos, a ser compensado pela majoração de tarifas de importação. Esse binômio, certamente, provocará impactos na inflação, que já está superior à meta de 2%. Coroando essa equação, importações mais caras e inflação com tendência a subir, o FED elevará os juros nos EUA, fazendo com que os emergentes percam fluxo de dinheiro. É bom colocarmos as barbas de molho, pois cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.