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Perda de grau de investimento não preocupa governo

Paulo César de Oliveira
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (foto), disse ontem, em Brasília, que não vê “grande impacto” da retirada de grau de investimento do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, no fluxo de investimento estrangeiro no país . Ele lembrou que a decisão da agência foi recebida com muita tranquilidade pelo mercado financeiro e indicou que, de certa forma, já era esperada. “O que nós já vimos até o momento ocorrendo no Brasil é que as nossas projeções de balanço de pagamentos apontam para um investimento estrangeiro direto da ordem de US$ 65 bilhões neste ano. As nossas projeções não mudam em função de reclassificação”, disse durante café da manhã com jornalistas, no Banco Central. Segundo Tombini, 2015 foi um ano de complexidade política, com impactado nos ajustes macroeconômicos. No setor externo, ele destacou a redução do déficit em conta-corrente este ano, que mede as transações do Brasil com os outros países. “O déficit será em torno de US$ 40 bilhões menor do que foi em 2014”.

 

Setor externo impacta positivamente

Para ele, o resultado reflete o estado atual do país. “A economia brasileira está em contração e a mudança dos preços relativos, com o fortalecimento do dólar e enfraquecimento do real, tem reflexos, consequentemente, na competitividade dos nossos produtos. Então, o setor externo vem avançando rapidamente com impacto do lado da economia [pelas contas nacionais] e vemos uma contribuição pelo lado do Produto Interno Bruto (PIB). Foi a primeira vez em dez anos que o setor externo tem uma contribuição líquida para o produto interno.”Os números atualizados das projeções econômicas do Banco Central, no entanto, serão conhecidos na apresentação do relatório trimestral de inflação na próxima semana.Sobre a política monetária, Tombini disse que o momento é de aperto, mas o objetivo é fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5% em 2017. Em 2016, a tolerância é de 2 pontos percentuais, caindo para 1,5 ponto percentual em 2017. O centro do meta permanece em 4,5 %, nos dois casos. Ele citou duas questões importantes como consequências na inflação: o reposicionamento dos preços administrados (aqueles regulados pelo governo) e a desvalorização do real em relação ao dólar.

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