PMEs entre o alívio e o risco

Diplomatas brasileiros tem insistido para que o presidente Lula procure abrir negociações com o governo do presidente Donald Trump (foto/reprodução internet). Sem ter como ajudar as empresas brasileiras, os diplomatas têm apenas observado as movimentações por Washington e as dificuldades enfrentadas pelos empresários. Em vigor desde agosto, o tarifaço dos EUA poupou mais de 700 itens, mas atingiu setores inteiros, como calçadista e moveleiro. Para conter o impacto sobre pequenas e médias empresas, o governo lançou o plano Brasil Soberano, com R$ 30 bilhões em crédito mais barato e adiamento de impostos. O socorro alivia o caixa, mas é paliativo. Sem avanço nas negociações entre Brasília e Washington, as PMEs correm o risco de perder espaço em seu mercado mais cobiçado. A equação é simples, já que o crédito ajuda hoje, mas só um acordo pode garantir competitividade amanhã. E Lula não conversa com Trump por puro instituto de defesa. Teme o ridículo.