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Pouca chuva representa aumento da conta de luz

Paulo César de Oliveira
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Os três anos seguidos de poucas chuvas na área das hidrelétricas do Brasil têm colocado em risco o predomínio absoluto dessas usinas na produção de eletricidade do país e pressionado as tarifas, que deverão subir, novamente, neste ano para custear o acionamento de termelétricas. Especialistas consultados pela Reuters avaliam que mudanças no regime hidrológico, principalmente do Nordeste, e um elevado nível de esvaziamento dos reservatórios nos últimos anos, têm dificultado a recuperação dos lagos e reduzido a geração hídrica de forma quase estrutural, o que pode limitar a capacidade do sistema elétrico de suportar uma eventual retomada da economia em 2018. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam que as hidrelétricas devem gerar em 2017 apenas 83,3 por cento de suas garantias físicas, cerca de 4 pontos percentuais abaixo do ano passado.

 

As térmicas terão que ser acionadas novamente

A geração hídrica, que representa cerca de 60% da capacidade elétrica do país, tem apresentado déficit desde 2014, com a produção tendo alcançado 87% das garantias em 2016.”Até termos um período de chuvas dentro da média, pensar em déficit (hídrico) recorrente acho que vai ser a realidade. A cada ano que passa a gente está sempre dependendo do que vai ser a chuva”, disse o sócio da comercializadora de energia Compass, Marcelo Parodi (foto). Diante desse cenário, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já abriu uma audiência pública para avaliar a inclusão de ao menos 2,5 bilhões de reais nas tarifas em 2017 para custear o acionamento de térmicas. O diretor da consultoria TR Soluções, Paulo Steele, estima que o impacto médio nas tarifas deverá ser de R$ 3,85. Mas o peso para os consumidores poderá ser ainda maior se as precipitações continuarem fracas, uma vez que seria necessário ligar termelétricas ainda mais caras, movidas a óleo, o que acionaria a bandeira vermelha nas contas de luz, gerando cobrança adicional de 3 reais para cada 100 kilowatts-hora consumidos.

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