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Presidente do BC admite mais uma queda da Selic

Paulo César de Oliveira
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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn (foto), admitiu ontem que a instituição deve cortar os juros novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio. Para ele seria adequada uma interrupção do ciclo de afrouxamento após esse novo corte. “O Comitê vê como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional (para próxima reunião) e julga que isso mitiga o risco de postergação da convergência da inflação às metas”, disse Ilan, em evento no Rio de Janeiro. Para reuniões além da próxima, “o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos”, acrescentou. Durante sua fala, Ilan reforçou que a política monetária tem que balancear duas dimensões, agindo de um lado para assegurar que a inflação convirja para a meta numa velocidade adequada e, de outro, garantindo que a conquista da inflação baixa perdure, mesmo diante de choques adversos. Após cortar a Selic em 0,25 ponto no mês passado, à mínima histórica de 6,50% ao ano, o BC já havia deixado claro que via espaço para nova redução em maio, fazendo o mercado apostar em peso num corte de igual magnitude no mês que vem.

 

Recuperação consistente mais ainda gradual

O prosseguimento do ciclo de distensão monetária tem como pano de fundo quadro de inflação persistentemente baixa. O IPCA-15, prévia da inflação oficial, acumulou alta de apenas 2,80% nos 12 meses até março, firmemente abaixo do piso da meta de 4,5% do IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ilan afirmou que a inflação baixa segue em direção às metas. E avaliou novamente que o conjunto dos indicadores de atividade econômica mostra “recuperação consistente” da economia, apesar de ainda gradual. Sobre a agenda institucional BC+, Ilan apontou que a autoridade monetária seguia trabalhando para redução do custo de crédito e em medidas de estímulo à concorrência. A respeito do projeto de autonomia do BC, que está na agenda de medidas econômicas prioritárias do governo para 2018, mas ainda não começou a tramitar formalmente no Congresso Nacional, Ilan disse ser provável que os parlamentares votem um texto antes das eleições.

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