O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher (foto), afirmou nessa terça-feira que o país não precisaria acrescentar tensão política à crise de saúde e econômica que o País enfrenta por causa da pandemia de covid-19. “A gestão do Estado é fundamental numa crise como essa”, disse em teleconferência com jornalistas para comentar o balanço do primeiro trimestre. Ele lembrou que a dívida pública do Brasil deve sair do patamar de 75% do PIB e poderá atingir 90% ao término da fase mais aguda dos problemas macroeconômicos trazidos pela covid-19. Segundo Bracher, o salto na dívida pública está exclusivamente relacionado à crise, devendo atingir níveis nunca vistos, e, portanto, o País deverá ter confiança para reverter os patamares escalonados. “A crise atingiu o Brasil em um momento em que a taxa de juros foi a mais baixa da história. Não foi obra da sorte, mas consequência das reformas que foram capazes de trazer confiança ao mercado na gestão fiscal do Brasil”, observou. “Agora precisaremos da mesma confiança para reverter a dívida pública”, disse, acrescentando que, nesse sentido, vê com preocupação a tensão política. “É importante que haja harmonia entre os poderes durante a crise”, afirmou. “Torço muito pelo alinhamento entre os poderes e para um caminho seguro no pós-crise