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Previsão é de inflação sem freio também em 2016

Paulo César de Oliveira
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A estimativa dos economistas para a inflação deste ano já chegou a 7%, segundo levantamento feito pelo Banco Central e divulgado nessa segunda-feira. A previsão anterior era de 6,93%. A pesquisa é feita com mais de cem instituições financeiras. Com isso, o mercado financeiro prevê que a inflação ficará, novamente, acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro neste ano – algo que já aconrteceu em 2015, ano em que o IPCA alcançou 10,67%. A meta central de inflação é de 4,5% neste e no próximo ano. Para 2017, a previsão do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu de 5,2% para 5,4%. A taxa não extrapola o teto de 6,5%, mas se distancia ainda mais da meta central, de 4,5%, no ano que vem. Recentemente, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (foto), afirmou que a instituição buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%) e, também, fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017. O mercado financeiro, porém, ainda não acredita que isso acontecerá.

 

Produto Interno Bruto

Para o PIB de 2016, o mercado financeiro manteve a estimativa de uma contração de 2,99%, anunciada na semana passada. Como o mercado segue estimando “encolhimento” do PIB em 2015, se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948. Para o comportamento do PIB em 2017, os economistas das instituições financeiras mostraram mais otimismo e subiram a previsão de crescimento de 0,86% para 1% na semana passada. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. No mês passado, a “prévia” do PIB do Banco Central indicou uma contração de 3,38% até setembro.

 

Taxa de juros

Após o BC ter mantido os juros estáveis em 14,25% no fim de novembro, o maior patamar em nove anos, o mercado manteve a estimativa de que os juros voltarão a subir nesta quarta-feira (20), quando termina reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para 14,75% ao ano. Para o fim de 2016, a estimativa permaneceu em 15,25% ao ano – o que pressupõe novos aumentos dos juros básicos da economia no decorrer deste ano. Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros subiu de 12,75% para 12,88% ao ano. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.

 

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 permaneceu em R$ 4,25. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar subiu de R$ 4,23 para R$ 4,30. A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$ 35 bilhões para US$ 35,5 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit avançou de US$ 35 bilhões para US$ 38,8 bilhões. Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 55 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 60 bilhões.

 

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