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Projeções indicam leve queda da inflação

Paulo César de Oliveira
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As perspectivas para a inflação e para o dólar neste ano recuaram, ao mesmo tempo em que a estimativa de contração econômica voltou a ter leve piora, de acordo com as projeções de economistas na pesquisa Focus do Banco Central. O levantamento com uma centena de economistas mostrou que a estimativa para a alta do IPCA este ano agora é de 7,46%, contra 7,59% anteriormente. Na semana passada, o IBGE mostrou desaceleração da alta do índice oficial de inflação em fevereiro para 0,90 por cento. Apesar do recuo da projeção no Focus, a estimativa ainda fica bem acima do teto da meta para este ano, de 4,5%, com tolerância de 2 pontos. Já para 2017 a expectativa de inflação permanece em 6%, exatamente no limite máximo estabelecido pelo governo, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Na semana passada, o BC informou que sua projeção da inflação segue acima do centro da meta de 4,5 por cento em 2016 e em 2017, mas retirou a menção de que para o ano que vem a inflação estava "ligeiramente" superior, indicando que a taxa básica de juros não será reduzida tão cedo. O Focus mostrou que a expectativa é de manutenção da Selic nos atuais 14,25% no final deste ano, ficando em 12,50 por cento ao final de 2017, sem alteração em relação ao levantamento anterior.

 

Expectativa de queda do dólar

Os especialistas consultados também reduziram as projeções para o dólar tanto neste ano quanto no próximo, respectivamente a 4,25 reais e 4,34 reais, contra 4,30 e 4,40 reais antes. Os investidores vêm recentemente aumentando ainda mais as apostas em uma troca de governo. Em relação à economia, a mediana das projeções no Focus para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 agora é de contração de 3,54%, ante queda de 3,50% na pesquisa anterior. Para 2017 a estimativa de crescimento permaneceu em 0,50 por cento.

 

Queda na atividade econômica vai se consolidando

O ano de 2016 começou com queda da atividade econômica, segundo dados do Banco Central , dando continuidade à espiral de recessão em que o Brasil se encontra, sem dar sinais de estabilização em breve. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,61% na comparação com dezembro, de acordo com dados dessazonalizados. O resultado representa o 11º mês seguido de perdas na atividade, e veio bem pior que a expectativa detectada em pesquisa da Agência Reuters, de avanço de 0,1 por cento no mês. A performance negativa deriva, principalmente, das perdas nos setores de varejo e serviços, que iniciaram o ano com queda de 1,5% em janeiro sobre dezembro e de 5,0% sobre janeiro de 2015, respectivamente. Isso ofuscou a alta inesperada de 0,4% na produção industrial em janeiro sobre dezembro, dado positivo, mas que não indica mudança de tendência no setor. Na comparação com janeiro de 2015, o IBC-Br caiu 6,70% e no acumulado em 12 meses o declínio foi de 4,44%, sempre em números dessazonalizados. Em 2015, a economia brasileira encolheu 3,8%, o pior resultado desde 1990, com contração recorde nos investimentos e na indústria. A previsão para este ano caminha na mesma direção, com expectativa de economistas consultados na pesquisa Focus do BC de um recuo de 3,54 por cento. O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. Com a Agência Reuters.

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