Através de relatório divulgado ontem, os nossos economistas, pela primeira vez, desde 2009, projetam, segundo pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, inflação deste ano abaixo da meta de 4,5%. O número para final de 2017 caiu de 4,64 para 4,47%. Para 2018 a mediana segue em 4,5%, mas a média já está bem abaixo da meta também. Essa melhora deveria se traduzir em maior afrouxamento monetário, com juros ainda mais baixos. O dilema do BC, que passou tanto tempo mostrando sua crença quanto ao atingimento da meta em 2017 (e venceu), é agora sinalizar como suas próprias expectativas se comparam com as do mercado. Talvez a batalha passe a ser no sentido oposto agora. Da mesma forma que o consenso passou um longo período duvidando de Ilan Goldfajn (foto), presidente do BC, é possível que agora expectativas tenham exagerado para o outro lado. O TOP 5, com os 5 economistas que mais acertam, já tem 4,37 por cento para final de 2017. O mercado está desancorando as expectativas de inflação para baixo, e o BC, na visão do mercado, deveria responder a essa desancoragem com política monetária. A Selic esperada para 2018 está em 9%, e o câmbio também segue caindo abaixo de R$ 3,5.