O mercado já esperava pela manutenção da taxa Selic em 13,75%, como o comunicado ontem pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, mas não deixou de registrar a preocupação em relação aos rumos da economia brasileira. O economista da ACMinas, Paulo Casaca (foto/reprodução internet), considera que esta decisão indica que o comitê continua relutante em acreditar que o cenário atual – de atividade econômica em desaceleração – possa levar a inflação para o centro da meta (3,25%) até 2024. O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, entende que “ainda que a taxa esteja estabilizada desde agosto passado, ela está em seu nível mais alto desde 2017. Com isso, o crédito para os empresários está mais caro e eles têm mais dificuldade em investir em seus negócios, além de repassar esse valor para o preço final dos produtos. Por outro lado, as famílias têm dificuldade em cumprir seus compromissos financeiros e são afetadas pelo aumento do crédito rotativo do cartão, que é uma das principais formas de pagamento utilizada pelos consumidores.”
Mais repercussão
A Fiemg considera que “as taxas de juros elevadas podem dificultar o acesso das empresas ao crédito e inibir investimentos, comprometendo o bem-estar da população e o progresso do país. Para garantir um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico, é fundamental o estabelecimento de um arcabouço fiscal que ajude a ancorar as expectativas e reduzir os prêmios de risco. Além disso, é necessária a promoção de reformas que aumentem a eficiência dos gastos do governo e auxiliem na diminuição da inflação e das taxas de juros de médio e longo prazos.”