Um ponto que o governo não está conseguindo comunicar na reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional é que desde 1960 existe e está em prática, a idade mínima para aposentadoria para homens de 65 anos e de 60 anos para as mulheres. A regra, no entanto, se aplica atualmente só aos trabalhadores mais pobres e que não conseguem se aposentar por tempo de serviço. Esse equívoco na apresentação da proposta foi abordado pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, Rogério Costanzi, durante o segundo dia do seminário da Semana da Indústria, promovido pela Fiemg, quando foi abordada a reforma previdenciária. “Alguns sindicalistas acham a proposta inaceitável e fico me perguntando onde essas pessoas estavam nos últimos quase 60 anos”. Costanzi colaborou com a elaboração da proposta encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional e atualmente ajuda na sua divulgação. Para o pesquisador, em 2016, a despesa previdenciária correspondeu a 13,8% do PIB. “Com as regras atuais, em poucos anos, o gasto previdenciário brasileiro terá algo entre 18% e 20% do PIB. É hora de reformas, não temos tempo a perder”, disse aos empresários.
Para economista estamos dançando Carnaval à beira do precipício
O coordenador de Economia Aplicada do IBRE/FGV, Armando Castelar Pinheiro, considera urgente a redução do gasto público, que cresceu de forma acelerada nos últimos cinco anos, período de quedas do Produto Interno Bruto (PIB) e da arrecadação. Para ele estamos dançando Carnaval à beira do precipício e o precipício está muito perto. Segundo o economista, a Previdência e Assistência já consomem 64% das receitas do Governo Federal, e simulações do Banco Mundial mostram que a sustentabilidade do sistema irá piorar com o envelhecimento populacional. “Se o Brasil quiser evitar o rápido crescimento do déficit do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) sem alterar o valor das aposentadorias, será preciso dobrar a alíquota de contribuição dos trabalhadores em 2035 para aproximadamente 60% do salário bruto”, e essa é uma das alternativas que o governo terá que tomar se a reforma não for aprovada no Congresso Nacional.
Congressistas serão chamados à responsabilidade para votar reformas
Uma estratégia que será usada por empresários mineiros para garantir a aprovação das reformas que tramitam no Congresso Nacional é a de pressionar os deputados federais. A proposta será levada a CNI e à bancada federal mineira. O coordenador da bancada e vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho, vai receber um documento elaborado pela Fiemg para ver quais os congressistas podem falar que o Brasil está acima de tudo o que está acontecendo na área política, com as denúncias da Lava Jato e dos últimos episódios envolvendo o presidente Michel Temer. O fechamento do Ciclo de Debates, será hoje com o tema “Competitividade Industrial” quando se discutirá aspectos fundamentais para a promoção de uma política industrial moderna e capaz de reconfigurar o desenvolvimento do país nos próximos anos. Como debatedores participam os vice-presidentes da FIEMG, Alberto Salum e Aguinaldo Diniz, representando o empresariado, e os pesquisadores, Maurício Canêdo Pinheiro (FGV/IBRE), Paulo Tarso Vilela de Resende (FDC) e Sílvio Campos Neto (Tendências Consultoria). O evento será de 9h30 ao meio dia, na sede da Fiemg.