O crescimento médio dos custos industriais chegou a 8,1% no ano passado, a segunda maior alta anual da série iniciada em 2006, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador foi puxado pelo custo de produção, formado por gastos com pessoal, energia e bens intermediários, que subiu 10,6%, e pelo custo com capital de giro, que aumentou 16,3%. Os custos com tributos caíram, em média, 2,2%. Segundo a pesquisa, em 2015, houve mudança na tendência de estabilidade no aumento dos custos que, desde 2011, variavam anualmente, em média, entre 4,5% e 5,5%. Além disso, houve mais influência dos custos com bens intermediários importados e com energia na alta do indicador. A elevação do custo com bens intermediários importados deve-se à desvalorização do real em 2015 – a moeda caiu 42% frente aos valores de 2014. Já o aumento do custo com energia foi puxado pela alta de 51,1% no valor da energia elétrica devido ao acionamento das termoelétricas, mais caras do que as fontes hidrelétricas. O crescimento de 16,3% do custo com capital ocorreu pela alta na taxa de juros, que passou de uma média de 11%, em 2014, para 13,5% em 2015.
Sem repasse dos custos
Devido à crise econômica, a indústria não repassou para os preços dos produtos todo o aumento de custos, o que reduziu a lucratividade do setor. O crescimento do preço dos bens industriais ficou em 7% no ano passado. Segundo a CNI, a desvalorização do real frente ao dólar contribui para a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, já que, em média, os bens importados tiveram alta de 30,5%. Especialmente para os produtos norte-americanos o aumento dos preços foi ainda maior, de 34,4%.